Com coordenação da Universidade de Estocolmo, responsabilidade da docente e adida cultural da embaixada de Portugal, Vera da Fonseca, a exposição – António Feijó 1859/1917 – deverá ser apresentada no Brasil no próximo ano. Assim, depois de patente ao público na capital sueca, em Bruxelas, em Ponte de Lima e em Paris (Drancy), a evocação bio - bibliográfica do poeta, diplomata e gastrónomo, natural de Ponte de Lima, viaja para o continente americano.
A antiga capital do país – irmão, Rio de Janeiro será a primeira a receber esse instrumento de divulgação da vida e obra do dedicado homem de letras, da cultura e da gastronomia luso – brasileira, mas um roteiro geográfico parece estar em estudo, pois Feijó estreou-se na carreira diplomática na capital carioca em 1886, mas serviu também nas representações consulares de Pernambuco e Rio Grande do Sul. Aliás, desta última localidade, em carta enviada a 2 de Janeiro do supracitado ano, relata a Ceia de Natal em casa dum compatriota, onde não faltou “ (…) o clássico vinho verde, quente, com mel e açúcar … o vinho genuíno, o vinho minhoto, o vinho meu patrício …”
A mostra, compreende uma série de painéis impressos no sistema roll up´s foi patrocinada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros / Instituto Camões e embaixada de Portugal na Suécia, onde foi inaugurada em Dezembro 2021. O signatário colaborou modestamente nas pesquisas e facultou documentos e edições originais dos livros do homenageado, além da conferência proferida a 22 de Maio do ano passado em Estocolmo “António Feijó e a Gastronomia”, no encerramento da exposição. O município da sua terra natal, através do seu Arquivo, cedeu fotografias inéditas da vida oficial e particular do seu ilustre conterrâneo para reprodução; a recolha foi selecionada dos álbuns que pertenceram a Mercedes Feijó, um de dois filhos do enlace ocorrido em Paris em 1900 com a dama sueca Luísa Lewin, com costela equatoriana e do comércio de cacau..
Do Brasil, o nosso ilustre Pontelimense rumou á Escandinávia, tendo ocupado representação fixa na Suécia, mas com serviço de diplomata extensivos á Dinamarca e Noruega. O seu interesse pela promoção dos vinhos de Portugal, esta mais uma vez testemunhado em carta enviada ao amigo Luis de Magalhães em Agosto de 1891, solicitando-lhe o envio de “(…) algumas garrafas de vinho, muito bom, mas não muito caro …”
Para além da divulgação da actividade literária e do empenho de António Feijó na sua missão de representante do rei D. Carlos na América do Sul e depois Europa do Norte, o(s) evento(s), deverão incluir acepipes lusitanos e talvez cardápio mais consistente, como aconteceu em Estocolmo: um Bacalhau de Cebolada, confecionado pelo Chef Paulo Santos, de Ponte de Lima, tão ao gosto do autor das Bailatas ou do seu amigo e autor de Os Maia”, em tempo de férias por Portugal.