O Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, começou, em Évora, um roteiro pelo interior do Continente para construir uma Agenda para o Turismo do Interior, a apresentar em três meses, com a auscultação e participação dos agentes locais e regionais, da academia e das empresas.
Numa declaração à imprensa, Nuno Fazenda afirmou que o Governo quer «ter mais interior nas políticas de turismo», «sem prejuízo da importância estratégica que têm os destinos turísticos mais consolidados, como são os casos do Algarve, de Lisboa, da Madeira e também do Porto».
Referindo que 90% da procura turística do Continente se concentra no litoral, o Secretário de Estado disse que é preciso «desenvolver medidas para apoiar projetos públicos, privados, iniciativas e campanhas de promoção específicas», para ter «mais turistas e mais mercados turísticos a visitar o interior».
Na sua intervenção na sessão em Évora, Nuno Fazenda sublinhou que «há um enorme potencial ainda por descobrir, mais ainda pelo Alentejo e pelo interior».
CRESCIMENTO NO ALENTEJO
O Secretário de Estado disse que, apesar do «crescimento muito assinalável» do Alentejo em número de camas, dormidas, receitas e taxas de ocupação turística – «hoje temos 27 100 camas, mais 14 100 do que em 2013» – a região representa «4,4% das dormidas de todo o País» em estabelecimentos hoteleiros, ou seja, sem contar com as dormidas em unidades turísticas em espaço rural.
«Temos hoje quase três milhões de dormidas», quando em 2013 havia 1,8 milhões de dormidas, e a receita por quarto disponível subiu nos últimos anos, disse.
Após «um ano histórico, como foi o de 2019, com recordes turísticos, em 2022, o Alentejo voltou a superar e a crescer»: de janeiro a novembro a região cresceu «mais de 3,2% no contexto de todas as dormidas».
Em termos espaciais, «o Alentejo Litoral representa cerca de 35% da oferta da região», disse, acrescentando que, em termos de procura turística, «cerca de 64% das dormidas da região estão no Alentejo Central e Litoral».
«Por isto, temos de ter mais turismo no Alentejo. É este o nosso desafio. Mais turismo no interior do país e mais turismo também ao longo de todo o Alentejo», referiu, precisando que, em termos de potencialidades, o território tem a seu favor a autenticidade, o receber bem, a gastronomia, a história e a cultura.
Como desafios, o principal é o da perda de população, mas a região precisa também de mais estruturação do produto turístico, mais recursos humanos, mais qualificações ou reforço da notoriedade, entre outros, afirmou Nuno Fazenda.