SÚPLICA!
Vou a contragosto,
desfigurado pelos sulcos que o arado do tempo/
abriu no meu rosto.
Como vime a contorcer-se por violento furacão,
sinto a minha alma batida e contorcida,
pelos ventos da inquietação.
Bem tento escapar ao meu desassossego,
ao fel, cruel, desta ansiedade, que se abraçou comigo…
mas não consigo!
Ó Paz! Bálsamo bendito, onde estás?
Assim me deixas angustiado, no meu mar encapelado?
Vou procurar pé, no passado bonançoso,
na paz tranquila dos meus tempos de criança,
ainda estampada, na moldura doirada, da lembrança!
* * *
Mas que me importa o outrora
se é no agora que a vida em mim mora?
Por isso te suplico, ó Paz benfazeja, vem ter comigo!
Cobre-me, por favor, com teu manto protetor.
Ouve a voz da minha súplica, dá-lhe guarida e tira-me deste túnel de escuridão.
Põe a ferver em mim o caldeirão da esperança, dá-me claridade,
faz-me ver a luz do dia,
encontrar o sossego, a bonança, a felicidade e a alegria