1 e 2 de novembro o destino é a Feira Anual dos Santos de Cerdal, em Valença, ponto de encontro e romaria de portugueses e galegos.
A feira secular, “a mãe de todas as feiras”, é um verdadeiro ex-líbris do Noroeste Peninsular, com mais de 400 tendas onde se vende de tudo. Este é o principal evento de outono da Galiza-Norte de Portugal.Trata-se de uma feira que espelha séculos de história e tradição, congregando saberes, tradições e rituais que se mantêm bem vivos.
O vestuário, as louças, o calçado, as tasquinhas, o gado bovino, caprino e ovino, os produtos do campo, as maquinarias agrícolas, as diversões e uma infinidade de outros atrativos prometem fazer as delícias dos visitantes.
A tradição, os valores e a singularidade desta feira mereceram, recentemente, a classificação e inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Feira dos Santos e das Trocas
O dia 1 de novembro (Dia dos Santos) é o dia principal e o 2 de novembro está destinado à “Feira das Trocas”.
Os Famosos Pericos Dos Santos
Uma das marcas da feira são os frutos da época, sobretudo os famosos Pericos dos Santos. Os pericos, uma “pequena pera”, são típicos de Valença e tem no concelho, para além da sua origem, as maiores áreas de produção.
A Tradição dos Petiscos e Desgarradas
Manda a tradição que nas noites de 31 de outubro e 1 de novembro, a Feira dos Santos é o destino para provar os vinhos novos e saborear os petiscos locais como os rojões, as moelas, as bifanas e o bacalhau, entre muitas outras iguarias. Nas tasquinhas anima-se a noite, ao som das concertinas e soltam-se as mais engraçadas cantigas de desgarrada.
Corridas de Garranos em 1 de Novembro
Na Pista das Corridas os ginetes mostram a beleza do nosso cavalo, o Garrano. As corridas de cavalos, em passo travado, decorrem no dia 1, a partir das 14h30.
Feira dos Santos de Cerdal é Património Cultural Imaterial
A Feira dos Santos de Cerdal foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (INPCI), conforme tornou público a Direção Geral do Património Cultural (DGPC)
De acordo com as últimas investigações, a DGPC refere que “a Feira dos Santos de Cerdal, remonta o século XVII, e realiza-se anualmente em Valença”.
“Apresenta-se como uma festividade cujas práticas sociais, rituais e eventos associados refletem as históricas relações luso-galaicas características do Alto Minho raiano, englobando um amplo conjunto de costumes e tradições com impacto direto e indireto na comunidade local e na região onde se insere, de ambos lados da fronteira”.
“Com raízes que se perdem no tempo, surge como manifestação já devidamente consolidada em meados do século XVIII, embora se possa apontar para uma gênese mais recuada, relacionada com uma provisão do rei Filipe IV de Espanha em favor do Mosteiro de Ganfei, no século anterior”, salienta a DGPC.
A feira secular, ‘a mãe de todas as feiras’, é um verdadeiro ex-libris do Noroeste Peninsular, com mais de 400 tendas onde se vende de tudo.
Este é o principal evento de outono da Galiza-Norte de Portugal. Trata-se de uma feira que espelha séculos de história e tradição, congregando saberes, tradições e rituais que se mantêm bem vivos.
Para José Manuel Carpinteira, “pelo seu legado histórico e pelo valor social, cultural e económico que tem para Valença e para toda a região transfronteiriça, esta feira merece o reconhecimento agora dado pela Direção Geral do Património Cultural, incluindo-a no inventário nacional do Património Cultural Imaterial. A Feira dos Santos de Cerdal é um símbolo das tradições, dos saberes, e da identidade local, sendo um motivo de orgulho para Valença, para Cerdal, e para os Valencianos e Cerdalenses, esta recente notícia da sua classificação enquanto Património Cultural Imaterial".