domingo. 24.11.2024

O Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse que o programa hospitalização domiciliária  é um «verdadeiro sucesso», e definiu como meta triplicar o número de tratamentos em casa nos próximos quatro anos. 

«No ano de 2022 foram tratados na sua casa cerca de 9000 doentes, que é quase o dobro do que pretendíamos alcançar em 2024», disse Manuel Pizarro, salientando que o Governo conseguiu antecipar a meta do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que era tratar 5000 pessoas em casa em 2024. Esta antecipação foi feita «quase duplicando o número».

Manuel Pizarro afirmou que os 95% de hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aderentes ao programa têm capacidade para tratar em simultâneo em casa 329 pessoas, no conjunto das equipas. 

«Sem que ninguém tenha dado por nada, nos últimos cinco anos foi construído um hospital de média dimensão em Portugal. Chama-se hospitalização domiciliária», disse o Ministro da Saúde.

Triplicar

Perante o sucesso da iniciativa, o Ministro manifestou ambição para aprofundar o programa. «O que pretendemos até 2026 é triplicar a capacidade atual deste programa, de sermos capazes de tratar em casa 1000 pessoas em cada momento e, com isso, tratar cerca de 30 mil pessoas por ano», sublinhou. 

Manuel Pizarro pretende alargar o programa a todos os doentes em que seja possível o tratamento domiciliário, «porque é uma grande vantagem para as pessoas», nomeadamente ao nível do conforto, proximidade com a família e redução de risco de infeção hospitalar.

Quase 9000 doentes receberam em 2022 cuidados hospitalares em casa, revelam dados do Ministério da Saúde, que apontam um aumento de 68,3% das admissões diretas de utentes para hospitalização domiciliária face a 2021. 

87 mil dias

De acordo com os dados, os programas de hospitalização domiciliária do SNS abrangeram 8932 doentes no ano passado, mais 20,4% face a 2021, perfazendo 87 747 dias de internamento domiciliário, mais 24,9%, sendo o tempo médio de internamento dos doentes de 9,9 dias.

Os programas de hospitalização domiciliária são um modelo alternativo de hospitalização, que garante assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas, contribuindo, deste modo, para aliviar a pressão dos serviços de internamento dos hospitais e reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes, com maior conforto para os doentes e suas famílias. 

339 camas

São já 36 os hospitais e centros hospitalares do SNS com programas de hospitalização domiciliária a funcionar, num total de 339 camas no final de 2022, mais 29 do que no ano anterior, o que equivale já à capacidade de um hospital de média dimensão.

Durante um internamento ao abrigo de programas de hospitalização domiciliária é garantido todo o suporte clínico necessário e adaptado às necessidades individuais, incluindo o suporte farmacológico. 

São feitos ainda contactos diários para casa do utente, por profissionais de saúde, tal como determinam as boas práticas internacionais, sendo realizado o acompanhamento do doente através de serviço de telemedicina, que agrega voz, imagem e transmissão de dados clínicos em tempo real.

Os dados foram revelados no 3.º Encontro de Unidades de Hospitalização Domiciliária, promovido pelo Ministério da Saúde no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. 

A iniciativa, sob o mote «Compromissos para um Desenvolvimento Sustentável», fez um balanço do desenvolvimento das equipas de hospitalização domiciliária e vai permitiu debater os principais desafios desta resposta diferenciada do SNS.

Quase 9000 doentes receberam cuidados hospitalares em casa em 2022
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