O concelho de Ponte de Lima recordou há dias, um dos seus filhos ilustres na política republicana e no apoio financeiro ao concelho, principalmente Bandas de Música, a romaria do Senhor da Saúde (frente a sua casa, freguesia de Sá) e esse magnífico miradouro chamado Parque de Santa Maria Madalena.
Falecido em 1953, Mimoso foi um grande proprietário rural, fidalgo de família antiga, pelo que o Clube e os donos do solar e o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, resolveram recordar o Homem e a Obra, recordou Tito de Morais, da organização.
A Festa mereceu interesse a muitos admiradores e outros interessados em saber elementos biográficos dum conterrâneo, que apoiava muitos e muitas associações. Por isso mesmo, as três dezenas de convidados eram provenientes de perto e de longe, alguns deles a agendarem férias de acordo com essa Lembrança. Assim, as presenças vieram do Algarve ao Minho, e de fóra como Itália e até um monge brasileiro, de S. Paulo, budista, marcou presença. A razão era também conhecer “a casa onde nasceu o Conde da Barca, cidadão que com D. João VI fez o Brasil Reino”, frisou Corrêa Pinto. Recorde-se, que esse diplomata, escritor, botânico e bibliófilo, foi também homenageado pelos descendentes e Clube de Gastronomia em Maio passado, como o este Diário Luso–Galaico, noticiou.
O ponto principal das actividades decorreu na Casa Grande de Sá, residência do homenageado, com discursos sobre o significado do evento com palavras de família: Miguel Ayres de Campos, investigador e genealogista, formado pela Universidade de Oxford e morador em Londres; a jornalista e escritora Rosário Sá Coutinho, a tratar da reedição de O Pinto, um romance sobre António Mimoso, editado em 1935 pelo avô Conde de Aurora; Ricardo Matos, investigador no arquivo do Conde da Barca, depois do médico Manuel de Oliveira, que recebeu a colecção de documentos perto do ano de 1908. Fechou a sessão, João Matos, Presidente Junta de Fornelos, para anunciar que vai restaurar o Parque da Madalena, uma obra grandiosa onde o dinheiro e gosto de António Mimoso está presente há mais de cem anos.
Um momento muito apreciado, no magnífico jardim da casa, foi a vez da música. Joel Vaz, Oboé na Orquestra Filarmónica de Gotemburgo, Suécia, e também da European Union Youth Mind Orchestra (Itália) e da Orchestre La Suisse Romande (Suíça), acompanhado ao violoncelo de Diogo Penha, compositor, colaborador de Pedro Burmester, Mário Laginha, Rui Massena e Madredeus.
Tudo fechou com gastronomia de Ponte de Lima, como vinho Loureiro da Casa da Cuca e da adega cooperativa, acompanhando produtos vários: folhados de creme de maçã, palmiês, croissants de creme, tartes de cenoura, bolos de gema e Rosca de Côco, das pastelarias Havaneza e da Doce Encontro, e Casa do Folar Limiano, restaurantes Fátima Amorim e Sonho do Capitão e enchidos diversificados da MinhoFumeiro, como as alheiras de galo, chouriças de carne variadas e paio lombo do cachaço.