«A implementação de medidas para controlar o consumo de refrigerantes e outras bebidas com açúcar, em 2017, permitiu uma redução acentuada no consumo. As bebidas mais açucaradas, e mais taxadas, perderam 38% de quota de mercado neste período», disse a Secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, na 76.ª Assembleia Mundial de Saúde, em Genebra, na Suiça.
Margarida Tavares discursou a convite do Bahrein, num evento paralelo dedicado ao «Plano da Organização Mundial de Saúde para parar a obesidade», no qual foram partilhados os resultados das políticas de Promoção da Alimentação Saudável implementadas em Portugal, Bahrein, Filipinas e Seychelles, países pioneiros na adoção deste tipo de medidas.
A Secretária de Estado partilhou algumas das medidas implementados em 2021, como a obrigatoriedade de selos de advertência nos alimentos ricos em açúcares, sal, gorduras, edulcorantes e cafeína, assim como a proibição de as escolas públicas disponibilizarem produtos nutricionalmente menos equilibrados, nos bufetes e nas máquinas automáticas, por forma a que se privilegiem opções mais equilibradas e saudáveis.
«Nos bufetes escolares deixaram de estar disponíveis produtos de pastelaria, salgados, refrigerantes, guloseimas, chocolates, entre outros», exemplificou Margarida Tavares, «passando a ser promovida a presença de água, fruta fresca, pão integral, lacticínios com menos gordura, saladas», concluiu.
Margarida Tavares fez ainda uma referência às políticas nacionais de promoção de aleitamento materno, prática apontada como proteção do desenvolvimento de excesso de peso e obesidade na infância e na idade adulta.
«Em Portugal conferimos prioridade a políticas públicas de promoção de saúde baseadas na evidência científica e que envolvam as pessoas», disse a Secretária de Estado.
«O objetivo das medidas, a médio e longo prazo, é contribuir para diminuir o excesso de peso, a obesidade e as doenças associadas», disse Margarida Tavares, concluindo que «para isso, é fundamental reunir conhecimento técnico e partilhar as abordagens em curso, para acelerar o impacto das medidas na qualidade de vida e na saúde das pessoas».
A Secretária de Estado defendeu ainda que a taxação de alimentos prejudicais à saúde deve ser integrada num conjunto mais vasto de medidas e políticas de promoção da saúde, «verdadeiros programas que permitam às famílias fazer as melhores opções alimentares».
Portugal está abaixo da média da União Europeia (9%), com 8,6% da população de mais de 15 anos a beber pelo menos um refrigerante por dia, segundo dados do Eurostat de 2019.