sábado. 23.11.2024

Portugal e a Colômbia têm oportunidades para aumentar as suas relações económicas nomeadamente nas energias renováveis e verdes, disse o Primeiro-Ministro António Costa numa declaração no final de uma reunião com o Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em Lisboa.

Lembrando que a Colômbia tem acolhido investimento de várias empresas portuguesas nas áreas da energias, construção e distribuição alimentar, acrescentou que «queremos continuar a incrementar o nosso relacionamento político e económico com a Colômbia». 

«Vemos uma enorme oportunidade no desenvolvimento do esforço conjunto para apoiar a transição energética, não apenas com as energias renováveis, mas também no que respeita ao hidrogénio verde e outras moléculas verdes», disse ainda o Primeiro-Ministro.

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou o interesse do seu país em aprofundar a cooperação com Portugal na área das energias renováveis.

DESENVOLVIMIENTO

O Primeiro-Ministro sublinhou que Portugal segue «com grande interesse o compromisso do Presidente Gustavo Petro com a paz total na Colômbia e com o desenvolvimento inclusivo de todo o território do país».

O Governo português registou «o convite dirigido para que outras empresas portuguesas investam nas áreas do turismo e do agroalimentar, de forma a aumentar o rendimento das comunidades locais» colombianas, tanto mais que «a coesão social é condição essencial para a paz».

Gustavo Petro afirmou que Portugal pode contribuir para a paz na Colômbia, uma vez que o conflito tem um caráter local, relacionado com a propriedade territorial e a economia ilícita.

O Primeiro-Ministro de Portugal e o Presidente da Colômbia realçaram, no comunicado final, «a evolução positiva registada no relacionamento comercial entre os dois países, nos investimentos e na presença de empresas portuguesas a operar no mercado colombiano e no interesse crescente das empresas colombianas no mercado português».

APOIO AO PROCESSO DE PAZ

«Foi reafirmado o apoio total de Portugal à paz na Colômbia, desde o início, e aos esforços do Governo colombiano para implementar o Acordo de Paz de 2016, reativar o diálogo com o Exército de Libertação Nacional e outras iniciativas de diálogo em curso», afirmaram António Costa e Gustavo Petro, no comunicado final.

Neste comunicado final, os dois países afirmaram «o compromisso intransigente com a defesa de um multilateralismo assente no Direito Internacional e na Carta das Nações Unidas, a partilha dos valores da Democracia, do Estado de Direito e dos Direitos Humanos».

Este compromisso estende-se ao «apoio à paz e à promoção de um desenvolvimento económico-social sustentável, respeitador da igualdade de género e empenhado na transição energética, no reforço da ação climática e na transformação digital», acrescentaram.

«Foi assinalada a oportunidade de renovar o âmbito do Conselho Estratégico Portugal-Colômbia no sentido de o alargar a áreas transversais do relacionamento bilateral» e «Portugal saudou a recente decisão do Governo colombiano de submeter a sua candidatura, como observador associado, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa», referiram ainda no comunicado final.

COMBATE Á DROGA

António Costa disse igualmente que Portugal tem interesse em colaborar «com a Colômbia no debate internacional que quer abrir sobre a questão da droga» e no «melhor conhecimento da experiência portuguesa em matéria de política sobre o consumo».

«Tem de ser feito um debate internacional de forma a eliminar um negócio que é uma ameaça aos direitos humanos, uma ameaça à paz e ao desenvolvimento sustentável e inclusivo em todo o mundo», sublinhou o Primeiro-Ministro.

O Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, elogiou os resultados da experiência portuguesa de prevenção e luta contra a droga lembrando que «Portugal seguiu, já há 20 anos, uma via muito diferente na luta contra a droga em relação à Colômbia e às Américas». 

«Aqui há uma alternativa que queremos avaliar e que pode ser seguida pelos nossos povos, tendo em vista uma mudança. Em Portugal, não está criminalizada, o que não significa que seja legalizada», havendo «uma forte política de saúde pública, com resultados que apontam para uma redução da criminalidade e do consumo de drogas».

Gustavo Petro disse que «é um êxito relativo a partir de um caminho que não é o da criminalização, enquanto na América Latina só se conhecem fracassos» que se traduzem «num milhão de mortos», «numa destruição democrática», «e no fortalecimento de organizações criminosas com exércitos privados, controlo territorial e populacional», disse.

O Presidente colombiano afirmou que estas organizações criminosas «têm fortes vínculos com o poder político em muitos dos Estados das Américas» e provocam «uma violência que é a mais alta do mundo».

O Presidente da República da Colômbia visita Portugal a convite do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Portugal e Colômbia têm oportunidades para aumentar relações económicas
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