Foi feita a última assinatura. As obras para construir a Linha Rubi do Metro do Porto já podem avançar. Vão ter início já neste mês de janeiro e prolongar-se-ão até ao final de 2026.
A nova linha Rubi acrescentará 6,7 quilómetros à rede, com oito novas estações, dois túneis e uma nova ponte sobre o Rio Douro, a Ponte D. Antónia Ferreira, a Ferreirinha – que será exclusiva ao Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
"É um eixo fundamental, numa zona muito congestionada", disse o Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro. A linha Rubi "vai fazer a ligação entre vários centros de procura. Vai juntar a estação da Casa da Música, um polo universitário em Campo Alegre, zonas comerciais, o Hospital da Arrábida, a zona histórica de Gaia e zonas turísticas das imediações, a estação da CP das Devesas e a interface em Santo Ovídio, para além de se juntar à linha amarela do Porto e à estação de comboios que irá receber a alta velocidade", acrescentou.
A construção da Linha Rubi representa o maior investimento feito na Área Metropolitana do Porto desde a primeira fase da implantação do Metro, há vinte anos. Trata-se de um investimento total de 435 milhões de euros, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O Ministro do Ambiente realçou as evidentes e significativas vantagens ambientais da nova linha e da extensão das linhas Amarela e Rosa, que representam um investimento conjunto de cerca de 511 milhões de euros. "Estamos a falar de evitar a emissão de cerca de 25 mil toneladas de dióxido de carbono no conjunto destes investimentos e acrescentar cerca de 35 milhões de viagens nesta nova rede", explicou o ministro.
Um investimento particularmente relevante para atingir as metas ambiciosas para combater as alterações climáticas. "De acordo com a nossa Lei de Bases do Clima, devemos antecipar a neutralidade carbónica para 2045, apostando numa redução de pelo menos 55% das nossas emissões quando comparando com 2005. Para ganhar este desafio a mobilidade é central na nossa estratégica", reiterou Duarte Cordeiro. "Só com mobilidade coletiva vamos conseguir estruturar as cidades e as áreas metropolitanas para que não sejam escravas dos carros".
Na sua intervenção, o Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que o investimento na mobilidade urbana é "absolutamente crítico". "As cidades levaram cinquenta anos a adaptar-se ao automóvel, e depois de terem gasto fortunas a fazer túneis, viadutos, parques de estacionamento, alargamentos das ruas, circulares, variantes, agora temos muito menos de cinquenta anos para nos prepararmos para cidades sem automóveis. Isto significa investir cada vez mais em modos alternativos de mobilidade, e em particular no transporte público", disse.
Na cerimónia que marcou a consignação da empreitada, esta terça-feira, estiveram presentes o Primeiro-Ministro, António Costa, o Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, o Secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado, e o Secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro.
"Um dia histórico para a mobilidade e transporte público"
António Costa assinalou ainda o significado de, neste dia em que se assina a consignação da última das obras de expansão do Metropolitano do Porto, ser votada na Assembleia da República, com o voto favorável de todos os partidos menos o Chega, uma resolução que recomenda ao Governo a abertura do concurso público para a construção do primeiro troço da linha de alta velocidade entre o Porto e Lisboa.
"Acho que é um momento que merece ser aplaudido porque revela enorme maturidade democrática. Num país onde as obras públicas são obsessivamente discutidas e adiadas, e num momento de grande agitação política, a AR ser capaz de uma esmagadora maioria votar a favor e dizer ‘abram lá o concurso’ deve encher-nos de orgulho".
"Significa isto que a aposta na ferrovia, que é estrutural para a descarbonização da mobilidade, para encurtar as distâncias entre as duas áreas metropolitanas, para substituir muitas das viagens que hoje se fazem por avião ou por automóvel, vai ser possível no horizonte das nossas vidas", marcou António Costa.