Meio milhão de utentes vai passar a ter médico de família na sequência da colocação de 314 especialistas de medicina geral e familiar no concurso de recrutamento aberto no início de maio, informou o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
No caso de Lisboa e Vale do Tejo, a região com maior carência médicos de família, cerca de 200 mil pessoas vão ter médico de família nos próximos meses.
Do total de 314 médicos colocados, 113 foram-no em Lisboa e Vale do Tejo, correspondendo a quase um terço das colocações, seguindo-se o Norte com 109, o Centro com 73, o Algarve com 14 e o Alentejo com cinco.
A 2 de maio foi aberto concurso para 978 vagas de medicina geral e familiar, o número de médicos desta especialidade em falta no país, mas a perspetiva seria de contratação de 200 a 250 médicos de família.
Com a colocação dos 314 médicos – 36 dos quais exerciam fora do Serviço Nacional de Saúde e os restantes terminaram a formação –, Fernando Araújo disse que os resultados «superam claramente as expectativas».
O preenchimento destes 314 lugares corresponde a cerca de um terço das necessidades do SNS na área da medicina geral e familiar, tendo em conta que, em abril, quase 1,7 milhões de utentes não tinham médico de família.
O aumento de utentes sem médico de família deve-se a razões como o elevado número de aposentações em 2022 e 2023, e que continuará em 2024, mas também ao facto de muitos médicos «terem desistido do SNS», disse.
Os 314 médicos de família são o segundo número mail elevado de sempre contratado para o SNS por concurso, depois de 2020, ano do início da pandemia de Covid-19, quando entraram 319 especialistas.