Foram atribuídas ontem dez Medalhas de Mérito Científico, um prémio que distingue individualidades, nacionais ou estrangeiras, que se tenham distinguido por um valioso e excecional contributo para o desenvolvimento da ciência ou da cultura científica em Portugal.
Conheça o perfil de cada um dos medalhados.
Manuela Veloso, uma das maiores referências mundiais na área da robótica.
Destaca-se na área da Inteligência Artificial, Robótica e Ciência da Computação, e desenvolve a sua investigação nas áreas da inteligência artificial e da robótica.
Licenciada e Mestre em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico.Desde 1992, é professora no Departamento de Ciência de Computadores (CMU), e atualmente detém o título de "Herbert A. Simon University Professor." Doutorada em Ciência de Computadores pela Universidade Carnegie Mellon (CMU), coordena o Departamento de Machine Learning desde 2016.
Em 2018 recebeu o Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo, pelo seu papel determinante e impacto na sociedade portuguesa.
Álvaro Siza Vieira, o primeiro arquiteto português a receber um Pritzker
É autor de inúmeros projetos a nível nacional e internacional como a Biblioteca da Universidade de Aveiro e o Depósito de Água, construído em 1991. A Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira), o Museu de Arte Contemporânea da Galiza, a Faculdade de Arquitetura da UPorto, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e o Pavilhão de Portugal na Expo 98.
Foi o primeiro arquiteto português a receber um Pritzker, em 1992, considerado o Nobel da Arquitetura.
Deolinda Adão, investigadora, professora e promotora da língua portuguesa nos EUA
Licenciada em Literatura e Línguas Hispânicas na Universidade da Califórnia em Berkeley, em 2002, e doutorada em Literaturas e Culturas Luso-Afro-Brasileiras pela mesma universidade, em 2007, com especialização em mulheres, género e sexualidade.
Foi diretora do programa Summer Sessions Study Abroad da Universidade da Califórnia em Berkeley. É professora e Diretora Executiva do Programa de Estudos Portugueses na Universidade da Califórnia
Luís Valente de Oliveira, professor universitário e político
É licenciado em Engenharia Civil e doutor em Engenharia Civil pela Universidade do Porto. Engenheiro, professor universitário e político. Diplomado em Planeamento de Desenvolvimento Regional pelo Institute of Social Studies (Haia, Holanda) e Master of Transportation Planning (Imperial College, Londres). É professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Exerceu diversas funções governativas como ministro da Educação e Investigação Científica, do Planeamento e Administração do Território e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, entre o IV e o XV Governos Constitucionais.
Teresa Vieira, investigadora especialista em engenharia de materiais
Licenciada em Engenharia Metalúrgica pela Faculdade de Engenharia do Porto, e Doutorada em Ciências Físicas, pela Universidade Paris XI (1983). Desde 2001, é professora catedrática, atualmente convidada, da Universidade de Coimbra.
Dedica-se à investigação e promoção da Ciência e Engenharia de Materiais, quer nas vertentes académicas de ensino, investigação, atividades de extensão universitária e forte ligação ao tecido industrial.
Publicou mais de 200 artigos em revistas internacionais.
João Pavão Martins, professor e pioneiro da engenharia informática
Licenciado em Engenharia Mecânica pelo Técnico (1976) e mestre em Informática (1979) e doutorado em Inteligência Artificial pela State University of New York at Buffalo (1983).
Em 1989, foi um dos proponentes da Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores (LEIC) do IST, e foi Coordenador durante cinco anos. Foi um dos fundadores do Departamento de Engenharia Informática (DEI), em 1998. Tem lecionado cadeiras de introdução à programação desde 1980, preocupando-se com o ensino de programação disciplinada.
É Professor Catedrático no Instituto Superior Técnico (IST). Dedica-se à investigação nas áreas de Representação do Conhecimento e Revisão de Crenças no Grupo de Inteligência Artificial do IST.
Anália Torres, professora e investigadora, perita em temas de género
Doutorada em Sociologia, Anália Torres é professora catedrática e coordenadora da Unidade de Sociologia no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa. Fundou e dirige o Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG) do ISCSP.
É perita nos temas do género, família, casamento, divórcio, relação trabalho/família, proteção de crianças e jovens, assédio moral e sexual, entre outros. Criou vários cursos de mestrado e de pós-graduação nestes domínios.
As suas investigações têm servido de base a mudanças legislativas como a alteração da lei do divórcio ou as mudanças relativas ao assédio moral e sexual.
Manuel Mota, pioneiro da biotecnologia em Portugal
Professor Emérito do Departamento de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, foi um dos pioneiros da Biotecnologia em Portugal e teve especial impacto na criação e direção do Centro e Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho.
É licenciado em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1972 e doutorado em 1985, em Engenharia Bioquímica pelo Institut National des Sciences (INSA) em Toulouse.
Salomé Pais, professora e cientista, autora de uma dezena de patentes
Professora Catedrática aposentada do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Destacou-se na investigação tendo estado à frente de vários projetos na área da engenharia biológica e biotecnologia.
Licenciada em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em 1961.
Doutorou-se em Paris na École Normale Supérieur, em Biologia Celular.
Preside atualmente ao Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa.
Detentora de cerca de uma dezena de patentes, autora e coautora de centenas de trabalhos científicos, revisora e júri de revistas científicas, entre elas: os American Journal of Botany, International Journal of Plant Sciences e Journal of Experimental Botany.
Príncipe Hussain Aga Khan, fotógrafo subaquático e ativista
Desde os cinco anos que cultiva o interesse por peixes tropicais e o entusiasmo por répteis e anfíbios. A conservação da natureza foi uma das suas prioridades desde cedo, tendo começado a mergulhar aos 14 anos.
O seu trabalho foi exibido nos EUA, em França, no Mónaco, no Quénia entre muitos outros países. Destaca-se que, em 2022, expôs as suas fotografias no Museu de História Natural de Veneza, no One Sustainable Ocean, em Lisboa, no Museu de História Natural de Londres e no Museu Nacional do Bahrein.
As coleções de fotografias do Príncipe Hussain foram publicadas em quatro livros: Animal Voyage (2004), Diving into Wildlife (2015), Fragile Beauty e The Living Sea (2022).