O termo quase eternizou-se por Ponte de Lima e redondezas, pois é lembrado por gerações e outrora, temido! O livro, O ROSQUEDO. Cenas da Vida da Província. Minho …, da autoria de Delfim Guimarães (1872-1933), é pouco vulgar no mercado de alfarrabistas, e outros tempos, quase proibido de existir em lares limianos!
Mas, como passam brevemente cem anos do lançamento da apreciada obra, com valor literário, etnográfico e bibliófilo, com primeira edição em 1904, segunda em 1912, e terceira em 2008, esta com prefácio e identificação das personagens ou alcunhas pelo autor destas linhas, vamos aflorar esses tempos mundanos.
Deste modo, num encontro com o amigo Domingos Morais, Presidente do GACEL (Grupo de Acção, Cultura e Estudos Limianos), resolvemos aflorar o rosquedo, rosquedeiros e seus locais identificativos dessa vivência quotidiana, sazonal, ou esporádica dos intervenientes na obra dum escritor de reputação nacional, com sua editora na capital, mas com sangue Limiano por seu avô, em cuja terra também exerceu o cargo de Administrador do Concelho, na “ casa da escada”, no Largo que lhe foi dedicado junto da escadaria da Capela das Pereiras.
Assim, na Primavera de 2024, subirá novamente ao palco do Teatro Diogo Bernardes em Ponte de Lima, a peça – O Rosquedo – com guião de Domingos Morais, revisto. E, tal como aconteceu no verão último com um tributo a António Feijó no Palacete Villa Moraes, e antes ao fundador da Havaneza, o poeta e empreendedor agrícola António Vieira Lisboa (1907-1968), novamente associamos o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima ao acontecimento, pois a narrativa de Delfim Guimarães também regista os acepipes da nossa terra, secos, molhados ou tudo misto para merendar!
Aguardemos então pelo desenrolar do projecto, depois surgirá o programa e finalmente a realização. O trabalho já foi iniciado, e será um complemento ao realizado há dezena e meia de anos atrás, pois haverá visita guiada aos locais de rosquedo, digamos referidos ou identificados no apreciado livro limiano: o café Camões (hoje Havaneza); o cais das arvorinhas (Avenida 5 de Outubro, ou a popular “dos Plátanos”), a extinta Assembleia Limarense, então no Adro da Matriz, as cabaneirices na Fonte da Vila, etc.