martes. 22.10.2024

Os dados constam do Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022, apresentado em conferência de imprensa, pela Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF).

Após 2017 – lê-se no relatório – houve um esforço relevante na sensibilização e dissuasão, da qual está a resultar uma alteração de comportamento, com a população a escolher usar o fogo nos dias mais frescos (entre abril e maio registaram-se mais 20% do número de ignições) e a evitar usá-lo, nos piores dias (reduziram-se em 60% no verão). No entanto, e no verão, os fogos acidentais, por exemplo, devido ao uso de maquinaria, assim como aqueles provocados deliberadamente, explicam a maioria da área ardida.

Houve também avanços no processo de investigação e prevenção de proximidade do incendiarismo - grupo de trabalho conjunto ICNF/GNR/PJ - com reflexos na melhoria dos meios de prova.

Relativamente ao impacto dos incêndios na perda de vidas humanas, continua-se a registar uma diminuição após 2017, sendo que, em 2022, e pelo 5.º ano consecutivo, não foi registada nenhuma vítima civil. No entanto, há a lamentar duas vítimas de operacionais e duas pessoas que perderam a vida em queimas/queimadas que elas próprias iniciaram.

Na conferência de imprensa, Tiago Oliveira, presidente do Conselho Diretivo da AGIF, salientou que o objetivo para o futuro passa por manter uma média anual de área ardida nos 60 mil hectares, apoiar uma gestão ativa dos recursos florestais, melhorar a regulação desses mesmos recursos, e, sobretudo, conseguir "reduzir para 80% o número de incêndios", ou seja, cerca de 5 mil incêndios por ano.

"O que é desejável é que nós consigamos manter este sentido de urgência, manter a aposta da prevenção, não a cair na armadilha do combate", defendeu, apesar de admitir que "os recursos de combate são sempre relevantes".

Na apresentação do relatório participaram ainda o presidente do ICNF, Nuno Banza, e o presidente da ANEPC, Duarte da Costa.

O relatório pode ser consultado aqui.

Menos incêndios, menos área ardida e zero vítimas
Comentarios