Menos incêndios, menos área ardida e zero vítimas

Gráfico da área ardida total entre 2010 e 2022.
Os dados constam do Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022, apresentado em conferência de imprensa, pela Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF).

Os dados constam do Relatório de Atividades do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais de 2022, apresentado em conferência de imprensa, pela Agência para a Gestão Integrada dos Fogos Rurais (AGIF).

Após 2017 – lê-se no relatório – houve um esforço relevante na sensibilização e dissuasão, da qual está a resultar uma alteração de comportamento, com a população a escolher usar o fogo nos dias mais frescos (entre abril e maio registaram-se mais 20% do número de ignições) e a evitar usá-lo, nos piores dias (reduziram-se em 60% no verão). No entanto, e no verão, os fogos acidentais, por exemplo, devido ao uso de maquinaria, assim como aqueles provocados deliberadamente, explicam a maioria da área ardida.

Houve também avanços no processo de investigação e prevenção de proximidade do incendiarismo - grupo de trabalho conjunto ICNF/GNR/PJ - com reflexos na melhoria dos meios de prova.

Relativamente ao impacto dos incêndios na perda de vidas humanas, continua-se a registar uma diminuição após 2017, sendo que, em 2022, e pelo 5.º ano consecutivo, não foi registada nenhuma vítima civil. No entanto, há a lamentar duas vítimas de operacionais e duas pessoas que perderam a vida em queimas/queimadas que elas próprias iniciaram.

Na conferência de imprensa, Tiago Oliveira, presidente do Conselho Diretivo da AGIF, salientou que o objetivo para o futuro passa por manter uma média anual de área ardida nos 60 mil hectares, apoiar uma gestão ativa dos recursos florestais, melhorar a regulação desses mesmos recursos, e, sobretudo, conseguir "reduzir para 80% o número de incêndios", ou seja, cerca de 5 mil incêndios por ano.

"O que é desejável é que nós consigamos manter este sentido de urgência, manter a aposta da prevenção, não a cair na armadilha do combate", defendeu, apesar de admitir que "os recursos de combate são sempre relevantes".

 

Na apresentação do relatório participaram ainda o presidente do ICNF, Nuno Banza, e o presidente da ANEPC, Duarte da Costa.

 

O relatório pode ser consultado aqui.