Primeiro-Ministro incentiva multinacionais sul-coreanas a investir em Portugal

Primeiro-Ministro António Costa à chegada a Seul, Coreia do Sul.
Um dos objetivos da visita do Primeiro-Ministro António Costa à Coreia do Sul é atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção de semicondutores na Europa. Esta finalidade foi afirmada por António Costa no final de uma visita a uma das fábricas da multinacional sul-coreana SK, que é o terceiro maior produtor mundial de semicondutores.

Um dos objetivos da visita do Primeiro-Ministro António Costa à Coreia do Sul é atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção de semicondutores na Europa. Esta finalidade foi afirmada por António Costa no final de uma visita a uma das fábricas da multinacional sul-coreana SK, que é o terceiro maior produtor mundial de semicondutores.

Acompanhado pelos Ministros da Economia e do Mar, António Costa Silva, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, e pelo Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André, o Primeiro-Ministro voltou a afirmar a necessidade de Portugal acompanhar o movimento mundial de reorganização das cadeias de valor.

«Há uma necessidade de diversificação das cadeias de produção de alguns bens essenciais e os semicondutores são hoje fundamentais para tudo», disse, referindo que a paralisação da produção na China, a partir do início de 2020 – devido à pandemia da covid-19 -, bloqueou a produção de setores industriais inteiros por todo o mundo.

«Neste conceito de autonomia estratégica que tem vindo a desenvolver-se na Europa, Portugal tem tido uma posição muito clara sobre o significado deste conceito. Autonomia estratégica significa não ficar dependente de outros, mas não significa fecharmo-nos sobre nós próprios. Queremos atrair investimento direto estrangeiro, designadamente sul-coreano, para se produzir na Europa aquilo de que a Europa necessita», disse.

António Costa referiu que há contactos em curso com o grupo SK, afirmando que Portugal tem, na área dos semicondutores, «recursos humanos muito qualificados» para o design e já possui «a maior fábrica europeia» para fazer a embalagem final dos chips.

«Essa empresa tem uma ligação forte à Coreia e a SK está a estudar pontos de investimento fora dos seus locais tradicionais. Este grupo, além da produção na Coreia, tem também presença na China e gostaria de diversificar os seus locais de produção. Para nós, é uma oportunidade que devemos procurar agarrar», sublinhou.

Energias renováveis

A visita à SK foi o segundo ponto do primeiro dia da visita oficial à Coreia do Sul. O dia começou na Hanwha, empresa da área das energias renováveis que já tem presença em Portugal e que vai expandir a sua produção no País.

Entre «as empresas com quem vamos ter contacto, há umas que nunca tiveram contacto com Portugal, mas outras já têm uma posição importante, como a CS Wind», que entrou no capital de uma empresa metalomecânica portuguesa que produz eólicas.

A Hanwha foi uma das empresas vencedoras do segundo leilão solar em Portugal, tendo conseguido seis dos 12 lotes a concurso para desenvolver projetos fotovoltaicos no Alentejo e no Algarve. 

O Primeiro-Ministro sublinhou que Portugal «foi dos países da União Europeia que registou maior crescimento económico no ano passado e que tem uma oportunidade única nos próximos anos, sobretudo com o apoio dos fundos comunitários, de realizar uma profunda transformação da sua economia».

«Estamos num momento muito importantes que não podemos desperdiçar e em que temos de nos focar. Esta visita à Coreia do Sul é muito focada na atração de investimento direto estrangeiro, produtos que podem ajudar a transformar a nossa economia. Uma fábrica de semicondutores, por exemplo, abre as portas para muitas outras indústrias», acrescentou.

O dia terminou com um jantar com dirigentes de multinacionais coreanas na residência da Embaixadora de Portugal.