Formação para 35 Famílias de Acolhimento de idosos e Adultos com Deficiência
“Academia Familiar - Projeto de literacia para famílias de Acolhimento de idosos e Adultos com Deficiência” é o nome do projeto que vai ser implementado pela Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.
35 Famílias de Acolhimento de idosos e adultos com deficiência, dos concelhos de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela e Vinhais, vão beneficiar do apoio direto da Fundação CA Alto Douro, que vai financiar o projeto de formação específica, na área da Saúde, implementado pela ULS do Nordeste.
A formação prevista, ministrada por um profissional da Saúde qualificado, vai incidir ao nível da aplicação de competência da higiene (incluindo a higiene oral), alimentação, posicionamentos e levante dos idosos com alguma falta de mobilidade, prevenção de úlceras de pressão, afetividade/espiritualidade, do luto, de acordo com as necessidades específicas de cada família e, de forma, a proporcionar um bem-estar biopsicossocial àqueles que são acolhidos. Aumentando o número de famílias com competências para garantir um acolhimento correto, as entidades promotoras acreditam que se verifique uma diminuição nas admissões hospitalares e respetivos internamentos dos idosos e adultos com deficiência aos cuidados das famílias intervencionadas.
Seguindo a abordagem já planeada, na primeira fase o projeto vais ser explicado às famílias que queiram estabelecer contrato de intervenção. Seguem-se as ações de formação, no domicílio das famílias a intervencionar, que vão receber quatro visitas mensais, durante nove meses.
As famílias vão ainda contar com o apoio de uma agenda temática, “Agenda do Cuidador” de prevenção e de promoção da saúde, contendo tópicos que as podem ajudar nas suas tarefas diárias.
Cabe ao profissional da Saúde responsável pela formação manter uma atitude observadora permanente, para ir avaliando os progressos e também detetando as áreas onde poderá ser necessário um reforço de formação.
No final de cada intervenção as famílias de acolhimento têm a oportunidade de avaliar o impacto do projeto, assim como os idosos benefícios.
Para operacionalizar da melhor forma o projeto, sem sobrecarregar a ULS do Nordeste, no acordo está previsto o recrutamento de um Enfermeiro para a dinamização do projeto, que atuará em estreita ligação com as equipas das Unidades de Cuidados na Comunidade dos Centros de Saúde dos Municípios envolvidos.
O projeto nasceu da consciência das partes intervenientes da complexidade das tarefas do cuidador. Há necessidade de dotar o cuidador de formação específica, à qual as famílias de acolhimento não têm acesso. “A Segurança Social faz o recrutamento e a formação inicial das famílias, mas não tem competências na área da saúde para o fazer, daí a importância desta intervenção por parte da ULS”, refere Orlando Vaqueiro, diretor do Centro Regional de Segurança Social de Bragança. Por sua vez, o diretor da ULS Nordeste, Carlos Vaz, salienta que “a preparação, o conhecimento, a formação do cuidador é imprescindível na prevenção da saúde e pode evitar muitos internamentos e meses de cuidados em contexto hospitalar”, sublinhando a importância de entidades, como a Caixa CA, apoiarem estes projetos.
Foi a Fundação CA que procurou esta parceria, por perceber as dificuldades inerentes à famílias cuidadoras: “Verificamos que as Famílias de Acolhimento nem sempre têm formação na área da saúde, que tem enorme complexidade, tratar, mobilizar e até apoiar do ponto de vista emocional o idoso ou portador de deficiência. É uma área muito delicada e muito desafiante, por isso sentimos a necessidade e a importância de apoiar os cuidadores”, explica Cândida Braz, presidente da Fundação CA.
O presidente do conselho de administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Região de Bragança e Alto Douro, Paulo Martins, sublinhou que a Caixa Agrícola “é uma instituição local, de proximidade”, com a preocupação de perceber onde pode apoiar o território e as pessoas “e fazer a diferença”.
O acolhimento familiar acontece devido a diversas razões, nomeadamente por não existirem respostas sociais, eficazes ou suficientes, que assegurem o apoio adequado à manutenção no seu domicílio da pessoa idosa ou da pessoa adulta com deficiência, bem como a ausência da família do idoso ou do adulto com deficiência, ou ausência de condições mínimas para assegurar o seu acompanhamento.
Este projeto presenta um investimento de 25 mil euros e tem a duração de um ano.