Bife da Páscoa em Cardielos, Viana do Castelo, em preparação
A freguesia de Cardielos, concelho de Viana do Castelo realiza mais uma vez a tradição do Bife da Páscoa, um convívio de almoço no Sábado de Aleluia, que este ano se celebra a 30de Março próximo.
Embora a organização “Os Amigos do Bife” organize como desde há anos num local mais amplo a festividade do calendário gastronómico regional, também o gerente do local onde em 1962 se realizou pela primeira vez o evento, pretende retomá-lo este ano.
Assim, o Chef Domingos Gomes, vai promover o (verdadeiro) almoço do Bife da Páscoa, de acordo com informações reveladas pelo Chef Manuel Viana Martins. Este artista de culinária, ex - formador de Cozinha da EPRALIMA, é descendente de Américo Antunes Correia, o autor daquela iguaria da Carta Gastronómica Vianense; proprietário da Pensão Rio Lima na sede do distrito, e do restaurante de igual nome em Cardielos, eram estes os locais do festim, restrito: apenas participavam familiares e amigos, recordemos.
Mas, desaparecida essa unidade comercial em Viana do Castelo, será na antiga sucursal cardielense, perante inscrições, que o Chef Domingos Gomes retomará o acepipe sexagenário! Na lista de comensais, vem gente de longe: de Bruxelas, um casal dirigente de serviços no Comité Económico e Social Europeu, e no Conselho de Investigação, e talvez o melhor jovem Chef de Cozinha do mundo, actualmente no Perú!
Assim, para análise da receita, e também de outras antigas de Ponte de Lima para posterior confecção, o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, reuniu em Cardielos num teste do cardápio e outros pormenores para o Bife da Páscoa.
Na tertúlia, ou melhor o teste… na origem do Bife da Páscoa em Cardielos, destaque nos entreténs do chouriço das Argas, suculento presunto laminado, etc! E, a rematar a carne, um mimo de Bolo de bolacha, cremoso de açúcar e manteiga, e discussão de outras receitas recolhidas pelo grupo estiveram em análise. Entre elas, sumariaram-se o Bife á Padre Araújo Lima (1868-1941), Pontelimense, professor de francês em Lisboa e deputado da nação, gastrónomo e amigo de António Feijó (1859-1917); a iguaria cárnea, era naqueles tempos apreciada em vários restaurantes da capital portuguesa, tal como o Bacalhau á Eça de Queirós, receita essa a confecionar oportunamente pelo Chef Paulo Santos, o coordenador de cozinha do Clube de Gastronomia de Ponte de Lima.