Jaime Isidoro, o visionário por trás da Bienal Internacional de Arte de Cerveira

Jaime Isidoro.
A Bienal Internacional de Arte de Cerveira, fundada por Jaime Isidoro em 1978, celebra o seu aniversário. Esta iniciativa pioneira, inspirada na Bienal de Paris, transformou Vila Nova de Cerveira numa referência para a arte contemporânea em Portugal e na Europa.

 A Bienal Internacional de Arte de Cerveira (BIAC), um dos eventos artísticos mais importantes da Península Ibérica, celebra este ano mais um aniversário. Mas a história desta prestigiada mostra vai muito além das suas edições anuais. É uma história de paixão pela arte, de visão e de um homem que soube antecipar tendências e construir pontes entre artistas, críticos e público: Jaime Isidoro.

Fundador da Galeria Alvarez, um dos espaços artísticos mais influentes de Portugal na segunda metade do século XX, Jaime Isidoro foi um dos grandes impulsionadores da arte moderna e contemporânea em Portugal. Foi ele quem, em 1978, concebeu e organizou a primeira edição da BIAC, um evento que rapidamente se consolidou como um dos mais importantes do panorama artístico nacional e internacional.

A ideia de criar uma bienal em Vila Nova de Cerveira surgiu de uma conversa entre Jaime Isidoro e João Lemos Costa, então presidente da Câmara Municipal, durante um dos serões na Galeria Alvarez. Lemos Costa, um frequentador assíduo do espaço, desafiou Isidoro a organizar os V Encontros Internacionais de Arte na vila da Costa Verde. Após visitar o pavilhão gimnodesportivo local, Isidoro propôs uma ideia ainda mais ambiciosa: criar uma bienal de artes plásticas e visuais, inspirada no modelo da Bienal de Paris.

A BIAC nasceu, assim, como uma das mais antigas bienais do mundo, inserida num contexto de descentralização cultural e com o objetivo de divulgar a arte de vanguarda e artistas emergentes. A escolha de Vila Nova de Cerveira como sede da bienal não foi casual. A vila, com a sua rica história e paisagens únicas, proporcionava um ambiente propício à criação artística e à reflexão.

Jaime Isidoro soube combinar a sua experiência com a Galeria Alvarez, onde sempre procurou aliar a divulgação da história da arte à promoção de novas linguagens artísticas, com uma visão pessoal e inovadora. A BIAC tornou-se rapidamente um evento de referência, transformando Vila Nova de Cerveira numa verdadeira festa da arte, com ocupação do espaço público e envolvimento da comunidade.

A participação de Maria Marcelina Morais, companheira de Jaime Isidoro, foi fundamental para o sucesso da BIAC. Através de iniciativas como o Grupo Bifrost, ela promoveu a participação de crianças e jovens nas atividades da bienal, fomentando a criação artística e a consciência ambiental.